Este mapa encontra-se no Livro qve da rezaõ do Estado do Brasil, cuja autoria é atribuída a Diogo de Campos Moreno. Ele pertence ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro. Esta Rezão do Estado é composta por 22 mapas, na seguinte ordem:
No cartucho do mapa 5 (Da Capitania do Espírito Santo até a ponta da Barra do Rio Doce) está escrito:
Demostração da Capitania do Espirito Santo até a ponta da Barra do rio doçe no qual parte com Porto Seguro. mostraçe a Aldea dos Reis magos que admenistrão os padres da Companhia. E do ditto rio pera o Norte Corre a Costa como se mostra ate o rio das Caravelas tudo despouoado Com muitos Portos pera Navios da Costa E muitas matas de pao Brasil. Mostraçe pelo rio doçe o caminho que se faz pera a Serra das esmeraldas pasando o rio Guasiçí e maes avante das Cachoeiras o rio Guasiçi miri. E maes avante Como se entra no rio Vna e delle Caminhando pouca terra se entra na lagoa do ponto E da qual dezenbarcão e sobem á serra das Esmeraldas tudo comforme á viagem que fez Marcos dazevedo.
Os topônimos presentes no mapa são:
Sobre o roteiro de Marcos de Azeredo, registrado tanto em mapa como em texto no Livro da Razão do Estado do brasil, Diogo de Campos Moreno escreveu:
São famosos estes rios pelas terras e várzeas para fazendas que nelas se descobrem e pelo muito que ao sertão se metem, abundantes de caças e pescarias, e sobretudo pelo muito pau-brasil fino que entre seus matos e madeiras se acha e pelas entradas que com facilidade por qualquer deles se fazem ao sertão, pelo rio Doce particularmente para a serra das Esmeraldas, como se vê no ponto A, fol. 17, suposto que a barra deste rio de nenhum modo pode ser acometida em nenhum tempo, por ser baixa e de alfaques, que se mudam, e por ter ordinárias aguagens, que descem de cima e lançam a água doce pelo mar a dentro mais de duas léguas, e assim, quando os do Espírito Santo fazem a jornada às esmeraldas entram com as canoas pelo riacho, que na carta seguinte se vê no ponto B, e pela lagoa do ponto C caminham até três léguas da barra do dito rio, donde tornam as canoas ao mar, e varando-as depois pela areia vão a meter-se no dito rio no ponto D, e por ele acima navegam por cachoeiras e lagoas até o pé da dita serra, como na carta se mostra no ponto E; por esta parte se faz mais fácil esta viagem que pelo Cricaré, o qual tem gentio em suas ribeiras, pela terra a dentro, que até hoje há sido impossível penetrar por entre eles mais ao sertão. (Moreno, 1955, pp. 123-124.)
Leia o texto original da Razão do Estado do Brasil, de Diogo de Campos Moreno, aqui.